sexta-feira, 17 de maio de 2019

Tratamento das demências

Abordar o tratamento de algum problema de saúde sempre é reconfortante, não é mesmo?
É falarmos em como aliviar sintomas e sofrimento.
Então vamos começar !

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Com o aumento da longevidade, os casos de pacientes com demência vem aumentando progressivamente, e com isto o interesse em medicamentos para o tratamento.
Inicialmente abordaremos o tratamento para as demências mais prevalentes, que são as demências de Alzheimer e a vascular.
No estágio leve da doença, que é quando os déficits de memória são leves e quase imperceptíveis (mas importantes o suficiente para alterar a funcionalidade do paciente), utilizamos um medicamento da família dos chamados anticolinesterásicos. São medicamentos que aumentam o nível cerebral de acetilcolina, um neurotransmissor importante para a memória.
Podemos escolher um dos seguintes anticolinesterásicos: donepezil, galantamina e rivastigmina.
Mas será que utilizando  um deste medicamentos, a memória volta a ser o que era antes do início dos déficits ?
Infelizmente não.
Ainda hoje não há medicamento que faça a memória voltar ao normal.
O tratamento se baseia em 3 pilares de melhora: cognição; comportamento e funcionalidade.
Significa dizer que, apesar da memória continuar falhando, o medicamento ajudará o paciente a ficar mais ativo, a voltar a conseguir fazer coisas que já não conseguia (como por exemplo, atender o telefone), e além disso, ajuda a melhorar quadros de agitação e irritabilidade.
Muito bom, não é mesmo ?
Além destes benefícios, o medicamento retarda a progressão da demência.
Quando o quadro evolui, e o paciente está na fase moderada da doença - que é quando precisa de ajuda para a realização de atividades consideradas básicas do dia-a-dia (como tomar banho e se vestir) - associamos ao medicamento anticolinesterásico, a chamada memantina.
Estes medicamentos são comprovadamente benéficos no tratamento das demências de Alzheimer e vascular. Desde 2003, apesar de intensas pesquisas pelo mundo todo, não surgiram novos medicamentos.
Em conjunto com o arsenal medicamentoso, devemos lembrar dos benefícios da psicoterapia (para lidar com questões emocionais), fonoterapia (para os casos de dificuldade de deglutição dos alimentos), terapia ocupacional (para adaptar o ambiente às dificuldades do paciente) e fisioterapia.
Ou seja, o tratamento é multidisciplinar (em  equipe), e até os familiares precisam de ajuda profissional para conseguir lidar com as novas situações que se apresentam.
Vocês se lembram das demências chamadas fronto-temporais, que comentamos previamente em outra publicação ?
São menos frequentes, mas merecem atenção em separado. Isto porque o tratamento medicamentoso é totalmente diferente.
Nestes casos, onde o problema inicial principal é alteração comportamental, o uso dos anticolinesterásicos piora o quadro.
Os medicamentos que geralmente funcionam são os antidepressivos, preferencialmente os chamados inibidores da recaptação de serotonina, como a sertralina.

Espero ter colaborado com o entendimento do tratamento das demências.
A mensagem principal é : existe tratamento já estabelecido, que ajuda a aliviar o sofrimento do paciente e da família por consequência
Cuidado com as propagandas de medicamentos milagrosos, que se dizem ser modificadores das demências ! São possivelmente apenas comércio.
Os estudos pelo mundo são intensos. 
Qualquer novidade, divulgaremos para todos, e com muita alegria : )
Um grande abraço
Fiquem com Deus
Com carinho
Anna Carolina Peres

5 comentários:

  1. Excelente artigo! O trabalho feito pelos profissionais da área é realmente exemplar! Uma pena que os cientistas não estão evoluindo nesta área desde 2003! Vamos torcer para que novos medicamentos sejam mais eficazes!

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  2. Excelente artigo. Uma doença que atinge as maiorias das pessoas, ainda não demos conta. Vamos ficar atentos. Bjus Dra.

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  3. Que excelente artigo Aninha...muito útil para todos nós...Parabéns pelo seu trabalho ...beijos

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  4. Linda, trabalho maravilhoso será sempre minha amada Dra. bjosssssssssss

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  5. Quanto é importante todas essas informações para nossos pacientes. Valeu Ana��

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